Pesquisa e desenvolvimento e inovações tecnológicas

Caros leitores, com o desafio de tentar nos direcionar a um caminho que estamos construindo no ramo de pesquisas e inovações, convido-os para acompanhar as minhas colunas de P&D e Inovação Tecnológica. Ao longo de anos de experiência tenho aprendido que o Brasil apresenta um talento especial para achar soluções e rotas que encurtam as jornadas e atingem os objetivos perseguidos. Certamente, devo deixá-los à vontade para compreender o que realmente tem acontecido em nosso país, dentro das empresas, universidades e institutos, mas com uma vantagem de que vocês poderão munir-se destas opiniões, tornando mais claras e evidentes as respostas e, por fim, termos uma massa crítica que pode opinar e, eventualmente, alterar os rumos das tecnologias em nosso meio.

Dentre os ramos tecnológicos, aponto a Engenharia de Materiais como uma área presente em todas as mudanças e grande geradora de conhecimento, mas não definitiva nas decisões, as quais sucumbem aos departamentos de produtos, validações e comercial, literalmente atuantes dentro do segmento. Costumo dizer que qualquer inovação está fortemente atrelada a um “Business Case”, no qual sem este seria impossível despertar o interesse coletivo. Mas, conforme nos aprofundamos na questão, nos deparamos com diferenças entre conceitos, que ofuscam ainda mais este campo, como por exemplo, a aplicação dos termos ideia e inovação, fato este relacionado as nossas origens, educação e cultura. A palavra ideia, no campo da engenharia, usada para todo e qualquer pensamento com potencial de se materializar, tem sido usada como base da inovação, porém os meios operantes trilhados nas linhas de pesquisas e desenvolvimento serão aqueles que definirão a sua maturidade. O que aprendemos deste amplo ensinamento foi que nós, brasileiros, somos campeões de ideias, mas fracos em inovações, porque a inovação depende de uma política governamental e empresarial sólida e precisa, que financia e suporta a construção do conhecimento e aplicação do produto. Outro dilema gerado no dia-a-dia é a patente, aquela que oficializa uma ideia, mas que ainda não qualifica uma inovação. Neste ponto, abre-se uma nova porta direto à questão “caso de negócio”, isto é, só se patenteia aquilo que se vê um lucro ou se protege de um prejuízo. Pois bem, uma patente pode ser ou não uma inovação aplicável, por outro lado, na prática temos a comprovação da baixa eficiência na aplicação das mesmas, ou seja, a importância da patente está incoerente devido ao baixo número estatístico delas que estão sendo aplicadas em produtos correntes. Este fato tem levado muitas empresas a selecionarem a indicação de projetos de patentes em função de sua importância para os seus negócios, reduzindo custos com a criação e gerenciamento destas, todavia, isto certamente impacta a quantidade de patentes criada.

Com estas poucas palavras apresento a vocês o termo ideia, patente e inovação, e afirmo que a melhor inovação sempre estará atrelada a uma patente e uma ideia brilhante.

Dentre estas caminhadas, estamos ainda construindo o nosso Brasil e assim poderemos discutir os caminhos que estamos tomando e fazendo dentro do âmbito de aplicações de materiais e projetos. Portanto, posteriormente, gostaria de compartilhar com vocês uma forma de abordar e aplicar a ciência e tecnologia em nosso meio contemporâneo como uma obrigação e um idealismo construtivo.

Um grande abraço e até breve.

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