Aposta em sustentabilidade, educação e competitividade são algumas das citadas por especialista da Alacero; a entidade promove Congresso com os temas em novembro
Até 2028, o mercado global de aço deverá apresentar um crescimento médio de 2,5% ao ano, chegando a US$1,12 trilhão, segundo dados da Reports and Data. Como o aço é um dos principais materiais do mundo, além de um componente essencial para impulsionar economias, é esperado que o setor influencie as tendências globais (e vice-versa).
Neste sentido, a Alacero, Associação Latino-Americana do Aço, entidade responsável por reunir 95% da cadeia produtora e atuar como voz do setor, citou quatro das tendências esperadas para 2023 na América Latina:
1- Sustentabilidade é peça-chave:
A COP27 e os temas retratados já demonstram que, se a sustentabilidade não for levada em consideração, os países terão problemas irreversíveis com os quais lidar. As preocupações globais com os aspectos de mudança climática dos negócios colocam em destaque o aço fabricado na América Latina. Trata-se de uma produção cerca de 30% mais limpa que a chinesa, uma vez que a energia utilizada na fabricação do aço vem de fontes renováveis, como energia eólica e hidrelétrica. Reduzir a pegada de carbono em toda a cadeia é essencial para evitar danos ainda maiores ao meio ambiente. Além disso, a utilização da sucata também pode ser uma opção para as empresas.
2- Nearshoring e competitividade:
“As empresas latino-americanas não precisam de protecionismo e sim de comércio justo, com base em critérios bem estabelecidos. Quando o mundo compete em igualdade de condições, abrindo mão de práticas como o dumping e os subsídios governamentais, a América Latina se destaca por sua capacidade de inovação”, ressalta Alejandro Wagner, diretor executivo da Alacero. A entidade acredita que, uma tendência para o desenvolvimento do setor em 2023, é utilizar o material produzido em regiões próximas, a exemplo da América Latina se autossustentar.
3- Educação e geração de empregos:
Dados da Alacero apontam que, na América Latina, o setor de aço emprega 1,3 milhão de pessoas diretamente na produção de 64,7 milhões de toneladas em 2021. A região, porém, consome 74,9 milhões de toneladas de aço por ano.
Para defender a geração de empregos e todo um ecossistema que se beneficia da cadeia do aço, porém, é preciso mudar alguns paradigmas. Essas mudanças irão gerar benefícios econômicos e sociais, aumentando a vocação sustentável da nossa região.
Há uma intensa concorrência na atração de pessoas. A indústria do aço compete com empresas de serviços e de tecnologia pelos profissionais que trilharão o caminho da inovação do setor. Por isso, a Alacero apoia, a nível América Latina, o desenvolvimento de projetos de educação que podem fazer uma diferença enorme.
4- Desenvolvimento econômico:
Nas linhas de sustentabilidade com proteção regional e aposta em educação, a quarta tendência é, inevitavelmente, o desenvolvimento econômico do setor de aço na região da América Latina. O aço é um elemento essencial para o desenvolvimento econômico da região. E, além disso, vem ganhando um protagonismo ainda mais importante dia após dia, uma vez que o mundo inteiro precisará de mais material – de melhor qualidade e mais sustentável. Por ser uma substância presente no início da cadeia produtiva de uma série de setores, a evolução do setor do aço tem um impacto positivo fortíssimo em toda a economia.
Congresso Alacero Summit 2022 reúne as tendências em novembro em Monterrey:
Com o intuito de discutir as principais tendências citadas acima, a Alacero promove, anualmente, o Congresso Alacero Summit. A edição de 2022 acontece nos dias 16 e 17 de novembro no México e traz as principais vozes do setor para conversas e debates sobre os temas. Presentes no evento estarão executivos de empresas como ArcelorMittal, DeAcero, Gerdau, Ternium, Vale, Autlán, Primetals, Enel, Danieli, Russula entre outras. Interessados podem conferir a programação completa aqui.
Em dois dias de evento, a programação conta com painel sobre o Panorama Político, Social e Econômico considerando o contexto mundial pós pandemia e a guerra na Ucrânia. Cayetana Álvarez de Toledo, política e jornalista espanhola, abre o painel seguido por Andrés Malamud, licenciado em Ciências Políticas pela Universidade de Buenos Aires. Além disso, o evento inclui palestra sobre as perspectivas da indústria como motor de desenvolvimento inclusivo da América Latina, com o economista brasileiro Ricardo Sennes e o professor mexicano do Centro de Investigação e Docência Econômicas, Carlos Elizondo. Além de painel sobre desenvolvimento sustentável e megatendências do uso do aço na mobilidade e na construção.
O segundo dia terá foco nos temas de sustentabilidade, transição da matriz energética e o convidado experto é Vijay V. Vaitheeswaran, correspondente do The Economist. Em seguida, a indústria latino-americana apresenta casos de como vem trabalhando o tema. Contaremos com Javier da Enel Green Power e Eduardo Sattamini, CEO da Engie Energia Brasil. Ainda teremos apresentações sobre as tecnologias disruptivas com o Dr. Alexander Fleischander da Primetals e Bob Perez da Baker Hughes. Além disso, o último dia também conta com coletiva de imprensa às 14h30 no horário local mexicano e 17h30 no brasileiro com os especialistas Gustavo Werneck, presidente da Alacero e CEO da Gerdau, Alejandro Wagner, diretor executivo da Alacero, Salvador Quesada, diretor geral da Canacero e David Gutiérrez, presidente da Canacero.
Sobre a Alacero
A Associação Latino-americana de Aço é uma entidade civil sem fins lucrativos que integra a cadeia de valor do aço latino-americano com o objetivo de promover emprego industrial de qualidade, integração regional, inovação tecnológica, cuidado com o meio ambiente, excelência em recursos humanos, segurança no trabalho, desenvolvimento integral de suas comunidades e responsabilidade corporativa. Fundada em 1959, é composta por mais de 60 empresas produtoras e afins e mais de 1,2 milhão de trabalhadores, cuja produção se aproxima de 60 milhões de toneladas por ano. A Alacero é reconhecida como Organização Especial de Consultoria pelas Nações Unida e representa a siderúrgica latino-americana perante organismos internacionais como worldsteel, OCDE, Agência Internacional de Energia (IEA), ONU (UNCTAD) e BID, aos quais leva as ideias e posições de seus parceiros.