A Caoa comprou 50 por cento das operações no Brasil da marca automotiva chinesa Chery e anunciou um investimento de até dois bilhões de dólares nos próximos cinco anos.
Em comunicado conjunto, as companhias afirmaram que a montadora, que agora será chamado de Caoa Chery, usará o Brasil como base de exportação para toda a América Latina, a partir das unidades do grupo em Anápolis (GO), e Jacareí (SP), onde ficava a antiga fábrica da Chery.
“A China está migrando de manufatureira para desenvolvedora de tecnologias e marcas próprias. A visão da Chery é de buscar cooperações internacionais e parcerias para crescer e ganhar competitividade global e o Brasil é um país estratégico para alavancar tal crescimento”, diz trecho do comunicado.
Segundo a Caoa, a parceria com a Hyundai e com outras marcas não serão afetadas pelo anúncio deste sábado.
“Da parte da Caoa, o acordo possibilitará a introdução de novas tecnologias, além do desenvolvimento de novos produtos”, disse o presidente da Caoa, Mauro Correia, no comunicado.
O anúncio marca outro capítulo da retomada de investimentos do setor automotivo no Brasil, que mostra os primeiros sinais de recuperação após sucessivos anos de forte queda. A expectativa da associação de montadoras Anfavea é de alta de 7,4 por cento nas vendas de automóveis e comerciais leves.
Em setembro, a marca sul-coreana de veículos Ssangyong havia anunciado que voltaria a vender no Brasil em 2018, em parceria com a brasileira Venko Motors.
Os movimentos acontecem às vésperas do fim do regime automotivo Inovar Auto, sancionado pelo governo federal em 2012, que elevou o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos veículos importados em 30 pontos percentuais.
Fonte: Reuters, por Aluísio Alves e Alberto Alerigi Jr.