Óleos

A Influência da Aditivação em Óleos de Têmpera

Óleos de têmpera são derivados da destilação do petróleo sendo misturas complexas de hidrocarbonetos parafínicos. Estes óleos são normalmente classificados com base na sua velocidade de resfriamento: Óleos de têmpera convencionais; Óleos de têmpera acelerados; Óleos de têmpera para martêmpera.

Existem outras classificações tais como: lento, rápido e super-rápido.
Os óleos convencionais possuem uma fase vapor longa, durante a qual a velocidade de resfriamento é muito baixa, aumentando durante a fase de bolhas seguida novamente por um resfriamento bastante lento na fase de convecção.

Os óleos acelerados são formulados contendo um ou mais aditivos para aumentar a sua taxa de resfriamento. A função do aditivo da fase vapor é aumentar a habilidade do óleo no melhoramento da superfície do metal. Com isso a fase nucleação de bolhas ocorrerá em temperaturas altas dificultando a transformação da austenita em perlita fina.

A aditivação na fase convecção aumenta a velocidade do óleo atingindo a temperatura Ms mais rápido do que no caso anterior, aumentando um pouco a fase vapor, sendo que nesse caso, a nucleação de bolhas ocorrerá em temperatura mais baixa.

A utilização de aditivos combinados também é uma prática de alguns fabricantes. Um aditivo na fase vapor e outro aditivo na fase convecção. Nesse caso teremos um óleo com uma fase vapor pequena e uma fase convecção rápida.

Quando no tratamento convencional, distorções, empenamentos e trincas estão sendo difíceis de serem minimizadas pode-se fazer o mesmo em sais fundidos ou óleo de alto ponto de fulgor.

Esse tratamento é chamado de martêmpera sendo realizado em um banho mantido a alta temperatura, um pouco acima ou abaixo do Ms do aço com o objetivo de aproximar as temperaturas da superfície e núcleo e em seguida resfriar ao ar. Desse modo a diminuição dos gradientes térmicos na fase de convecção evitam distorções e trincas.

Os óleos minerais por serem muito viscosos apresentam uma fase vapor pequena a qual não se altera com a adição de aditivo de acelerador na mesma. Portanto, o mesmo só pode ser adicionado na fase de convecção aumentando a velocidade e resfriamento juntamente na região que se deseja aproximar as temperaturas superfície/núcleo da peça. Dependendo da geometria da mesma, o objetivo de minimizar empenamento e distorções não é alcançado.

Uma outra consideração que deve ser levada em conta é que a severidade do sal fundido é levemente superior ao do óleo de martêmpera na fase convecção podendo ocorrer empenamento e distorções maiores do que no óleo. Dentre os métodos já desenvolvidos, a análise de curva de resfriamento tem sido aceita como o método mais vantajoso de se descrever o complexo mecanismo de resfriamento.

É muito importante que o responsável pelo tratamento térmico consiga com seu fornecedor todas as informações técnicas a respeito do tipo de óleo adquirido, se contém aditivos que modificam a taxa de resfriamento (fase vapor, convecção ou ambas), faixa ideal de trabalho, como também as características físicas-química.

Autor: Ovidio Crnkovic
Com Doutorado em Engenharia Metalúrgica e de Materiais pela UFRJ (1991), foi Prof. Doutor de Metalurgia na USP e atualmente é Consultor Técnico em Tratamento Térmico na Energis8 Brasil.