Tenho andado pelo meio metalúrgico há muito tempo e visto muitas técnicas e tecnologias utilizadas para produzir os melhores produtos metálicos. O prazer de conhecer e conversar com muitas pessoas fantásticas e líderes da indústria veio para complementar o grande passeio que eu fiz pelas indústrias metalúrgicas durante décadas. E, apesar de tudo, um tema comum foi ouvido repetidamente, independentemente do chão de fábrica em que eu estava. Inevitavelmente, um executivo, trabalhador ou supervisor vinha para o meu lado dizendo algo como: “A metalurgia está em nosso sangue. O que fazemos aqui é tanto arte como ciência.”
Sem dúvida a produção em massa de matérias-primas e de produtos metálicos requer uma abordagem mecânica e formulada. E ainda há (e há milênios tem sido assim) um componente significativo de artesanato na fabricação de produtos metálicos, seja na produção da liga, do forjado, fundido, usinado, soldado ou apenas no aquecimento. Os trabalhadores dessas indústrias têm um “sentimento” pelos materiais, processos e ambientes nos quais trabalham.
Estes trabalhadores são verdadeiramente artesãos em seu próprio direito, pode ter certeza. Mas as coisas realmente saem bem quando estes artistas profissionais fazem da metalurgia básica não o seu meio, mas o seu assunto. Ao longo dos anos, tenho visto com admiração diversas pinturas em estilo clássico, gravuras e reproduções que retratam os processos básicos do processamento de metais. Eu mesmo tive a oportunidade de encomendar um par de quadros (ambos pinturas). Durante o século passado, com o advento e desenvolvimento das técnicas fotográficas, as fotografias também passaram a ter o seu lugar nas paredes das galerias.
Tal é o caso de Andrew G. Smith, um fotógrafo sediado no Reino Unido, que publicou recentemente um estudo fotográfico da Sheffield Forgemasters International sediada em Brightside Lane. Smith, um morador de Sheffield, desenvolveu um interesse artístico por edifícios industriais que ele conhecia tão bem pelo lado de fora e disparou uma trilogia de imagens de textura que foi mostrada na cidade.
O Dr. Graham Honeyman, CEO da Sheffield Forgemasters, ao ver estas imagens convidou o Smith para um estudo fotográfico mais abrangente no interior dos edifícios. O Smith tirou suas fotos de janeiro de 2011 a janeiro de 2013 e as compilou em um livro intitulado “Steel Soul” (Alma de Aço), uma coleção de imagens monocromáticas que abrange os quatro principais processos que ocorrem no local que ele estava registrando: fusão, fundição, forjaria e usinagem. Você pode saber mais sobre este livro visitando o site www.bymyi.com/SSPB.html, onde poderá saborear algumas das imagens (uma reproduzida aqui com a permissão) ou comprar uma cópia.
A interseção da produção industrial e da arte é, muitas vezes, facilmente esquecida. Pessoalmente, eu acredito que aqueles que veem a metalurgia como arte devem ser aplaudidos e incentivados. Eles emprestam uma visão alternativa para as tarefas metalúrgicas que são com frequência duras e perigosas e ajudam a definir uma dimensão estética mais profunda que traz honra para aqueles que têm o metal como meio de vida.