Conversando alguns dias atrás com nosso prezado editor nos intervalos de um congresso recente, analisávamos suas observações, ele recordando como foram surgindo matérias específicas na IH, obviamente sempre ligadas às áreas de interesse dos seus leitores, mas tentando agora ingressar numa reconhecidíssima atividade, abaixo discutida, que pudesse agregar mais uma área de real importância, a ser coberta pela revista. Pensando bem, estávamos voando dentro do conhecido “brainstorm”, coisas assim que ocorrem nos intervalos dos trabalhos do congresso, que podem gerar resultados. Indo direto aos fatos, de um lado a revista já atingiu um grande espaço no território de informações a respeito da soma de esforços, de um lado por parte dos fabricantes de equipamentos especiais, e de outro lado, as empresas que produzem autopeças. Visando a agregar algo a mais a esta massa de informações, com o espírito da inovação, sempre pode surgir uma nova ação positiva com diversas tentativas para identificar outras áreas de divulgação de atividades produtivas.
Comentando sempre o assunto no cafezinho, chegamos a um tema reconhecidamente importante, uma ferramenta a mais para medir fielmente o desempenho de qualquer atividade, ou seja, as estatísticas dos dois setores, as quais bem conduzidas espelharão e esclarecerão com profundidade o valor das ações de qualquer setor industrial, seja ele qual for, em qualquer âmbito da indústria. Em princípio, surge uma nova área para ser abordada e com ela estabelecer apropriadamente uma nova ferramenta de análise de desempenho de um setor industrial. Então, as estatísticas teriam boa aceitação? Provavelmente sim, mas logo definimos estas especulações como um projeto que precisa ser amadurecido e, desta vez, como sempre, recebendo críticas iniciais e propostas que façam com que o assunto possa avançar. Como orgulhoso colaborador desta revista, estarei atento aos rumos destas cogitações, as quais devem ser guiadas pelo editor, mas neste caso acho que posso opinar que não seria muito pedir uma opinião dos leitores. A pensar então, eis a questão. Mas não posso evitar, sinto-me capaz de contribuir neste quadro com um depoimento. Em 1973, passei a ocupar o cargo de secretário-geral do antigo IBS (Instituto Brasileiro de Siderurgia), hoje IABr (Instituto Aço Brasil).
Indo direto ao ponto, estávamos enfrentando sérios problemas com o CIP (Conselho Ministerial de Preços) e ao mesmo tempo com o setor das montadoras, e estas uma hora dizendo que o preço do aço local era absurdo, já havia sido aumentado, e no dia seguinte pedindo então autorização para importações. Em sete meses organizamos a edição das estatísticas do setor e isso eliminou o problema. Parecem sintomáticos estes ângulos de observação, lembrando que na última edição da IH esta coluna empregou um título que encaminhou bem um breve discurso sobre “O estado da arte da pesquisa industrial na área dos fabricantes de autopeças”.
O fato é que constatei com real interesse que nas últimas edições passadas da IH alguns trabalhos de altíssimo valor em torno da PI (Pesquisa Industrial) foram divulgados. Então algo novo como produzir estatísticas já poderia também espelhar o custo e o retorno destas atividades, que sabiamente concorrem para o aumento do conhecimento, ampliando as vantagens que passam a ser oferecidas por um setor a seus clientes. As estatísticas podem traduzir estes ganhos de produtividade e de retorno de capitais envolvidos no processo, o que certamente criaria também uma sorte de emulação para um uso mais generalizado da PI, auxiliados ainda mais por órgãos governamentais que estariam ávidos para partilhar deste mutirão.