FAPESP ampliará apoio à investigação em áreas de Manufatura Avançada

A FAPESP busca empresas parceiras para, juntas, constituírem Centros de Pesquisa em Engenharia em Manufatura Avançada em áreas como big data, inteligência artificial, digitalização, virtualização e sensores a serem sediados em universidades ou institutos de pesquisa do Estado de São Paulo.

Os interessados têm prazo até 11 de fevereiro para apresentar uma primeira versão simplificada de um “Plano Global de Pesquisa” original, ousado e competitivo, apontando objetivos estratégicos e metas pretendidos. O edital e o modelo do documento de manifestação de interesse estão disponíveis em www.fapesp.br/10988.

Os Centros de Pesquisa em Engenharia em Manufatura Avançada são mais um passo no apoio que a FAPESP tem dado ao tema nos últimos anos, por meio de financiamento de Bolsas e Auxílios à Pesquisa (ver quadro 1 abaixo).

“O Estado de São Paulo já tem competência tecnológica em algumas dessas áreas em função da atenção dada a algumas dessas tecnologias”, disse Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do Conselho Técnico- Administrativo (CTA) da FAPESP, citando o exemplo da área de Inteligência Artificial (ver quadro 2 abaixo). “Mas algumas tecnologias são recentes, como é o caso de big data, e é preciso fortalecer a competência industrial nestas áreas.”

Também conhecida como indústria 4.0, a Manufatura Avançada envolve um conjunto grande de tecnologias de fronteira que podem garantir mais competitividade para a indústria e os serviços, incluindo o mercado financeiro.

Algumas dessas tecnologias – como internet das coisas, computação em nuvem, impressão em 3D, novos materiais, robótica, entre outras – já estão sendo desenvolvidas por startups com apoio da FAPESP no âmbito do Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE). Um número crescente de projetos nessas novas áreas tem sido submetido e aprovado no PIPE (ver quadro 3 abaixo). Este quadro mostra o poio a projetos de pesquisa inovativa em automação, big data, computação em nuvem, digitalização, fotônica, impressão em 3D, inteligência artificial, IoT, manufatura aditiva, realidade aumentada e robótica de 1998 a 2017.

Com o novo edital, a expectativa da FAPESP é estender esse apoio a empresas ou consórcios de empresas com demandas por essas novas tecnologias.

“Na apresentação das propostas, espera-se que os interessados definam uma agenda preliminar de desafios de pesquisa e os benefícios dos resultados para a empresa. Apresentadas as propostas, a FAPESP debaterá a oportunidade de constituição de Centros de Pesquisa em Engenharia em Manufatura Avançada com cada um dos proponentes”, disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP.

Financiamento de longo prazo

Os Centros de Pesquisa em Engenharia (CPEs) são uma vertente do Programa de Apoio à Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE) da FAPESP. Têm como objetivo implementar a pesquisa colaborativa, multidisciplinar e na fronteira do conhecimento em áreas diversas, com financiamento de longo prazo, por um período de até 10 anos.

Cinco CPEs já estão em plena operação: dois em parceria com a GSK, com sedes na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e no Instituto Butantan; um com a Shell, instalado na Escola Politécnica da USP; um com a Peugeot Citroën, na Unicamp; e outro com a Natura, na USP.

Novos Centros estão em fase final de contratação, a exemplo dos Centros de Pesquisa em Novas Energias, em parceria com a Shell, com a Embrapa em mudanças climáticas, com a Statoil em gerenciamento de reservatórios e produção de petróleo e gás, com a Usina São Martinho em medidas sustentáveis para o controle de doenças que afetam a cana-de-açúcar e com a Koppert no tema controle biológico de pragas.

As instituições de pesquisa que sediarão os CPEs em Manufatura Avançada serão selecionadas por meio de edital conjunto, lançado pela FAPESP e empresas parceiras, depois de terem sido selecionadas as propostas e áreas de pesquisa que nortearão as investigações dos Centros.

Os CPEs em Manufatura Avançada seguirão o mesmo modelo de financiamento dos demais: um quarto dos recursos é aportado pela FAPESP, outro um quarto é investimento da empresa e o restante corresponde à contrapartida econômica das instituições de pesquisa (salário de pesquisadores e pessoal de apoio, infraestrutura, instalações etc.).

A gestão de pesquisa também é compartilhada: os CPEs são dirigidos por um Comitê Executivo que, entre outros membros, conta com um diretor da instituição-líder (pesquisador responsável), e obrigatoriamente também com um vice-diretor, pesquisador da empresa, que participará de todas as decisões futuras e que terá prerrogativas de um pesquisador visitante na instituição-sede.

Os direitos e obrigações relativos à propriedade intelectual associada às atividades de pesquisa deverão ser previamente acordados entre as empresas e instituições de pesquisa que integram os CPEs.

Fonte: Agência FAPESP, por Claudia Izique.

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