Na presidência da Associação Brasileira de Fundição (ABIFA) e do Sindicato da Indústria da Fundição no Estado de SP (SIFESP) desde 2016, Afonso Gonzaga comemora os resultados do setor de fundição em meio à crise econômica e política que o país tem enfrentado. Segundo ele, o crescimento de 7% no acumulado de janeiro a julho deste ano é comemorado pelo setor, que nos últimos três anos só registrou quedas na produção. Em 2014 o setor fechou com 2,737 milhões de toneladas de peças fundidas, caiu para 2,315 milhões no ano seguinte e chegou a 2,102 milhões em 2016. Agora em 2017, o cenário é diferente e o mercado espera encerrar 2017 com um índice 10% maior do que em 2016, puxado principalmente pela demanda da indústria automotiva, que no primeiro semestre ampliou em 23,3% a produção de veículos em comparação com o mesmo período do ano anterior, como aponta a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Assim, como diz Gonzaga, em ano de edição da Feira Latino-Americana de Fundição (FENAF) e do Congresso Abifa de Fundição (CONAF), entre os dias 26 e 29 de Setembro, no Expo Center Norte, em São Paulo, as expectativas são as melhores possíveis. Esse último é realizado pela sexta vez consecutiva em parceria com a Associação Brasileira de Metalurgia, Materiais e Mineração (ABM) e a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL). “Nossas empresas fornecem para todos os setores industriais e a automotiva é nosso maior cliente, junto com o agronegócio, que são segmentos que estão em alta neste momento”, aponta o presidente, com muito otimismo.
Na última FENAF, em 2015, mesmo com o setor no pior momento da crise e sem perspectivas, com resultados negativos praticamente em todos os segmentos da indústria, ambos os eventos atingiram seus objetivos. “Mesmo com a indústria em baixa tivemos um retorno positivo de empresas que acreditaram e transformaram aquele momento de crise em oportunidade, mostrando que estavam ativas e dispostas a crescer e ganhar mercado”, recorda Gonzaga.
Palco das principais novidades tecnológicas para o segmento, a edição deste ano da feira contará com a participação dos principais players, que apresentarão seus produtos e novidades na busca de novos negócios, reforçando a competitividade do mercado nacional. Atualmente, o Brasil conta com mais de 1.167 fundições ativas, empregando mais de 50 mil trabalhadores, que são responsáveis por um PIB próximo de US$ 8 bilhões. “Por se tratar de uma indústria de transformação de grande representatividade para o país, a união entre empresários e entidades de classe é primordial para o fortalecimento do setor e defesa de seus interesses”, afirma Gonzaga. O congresso, por sua vez, é uma referência para os profissionais de fundição dos países da América Latina, que comparecem em todas as edições em número significativo. Pela estimativa da comissão organizadora, cerca de 16 mil pessoas devem passar pela FENAF e CONAF em quatro dias de eventos.
Tecnologia Sustentável – Participam da FENAF deste ano cerca de 50 expositores. Presente no Brasil há mais de 40 anos, além de outros 25 países, a ASK Chemicals, segundo Carlos Luft, product manager da companhia, apresenta nessa edição o sistema INOTEC de resina inorgânica, produto livre de emissões na produção de machos para fundição, especialmente para a de alumínio. “A ideia de sustentabilidade está plenamente refletida na tecnologia INOTEC. Também estará ampliando o portfólio de desmoldantes não inflamáveis e de alta eficiência para moldagem em areia verde”, explica Luft, que reforça o compromisso da empresa na busca em minimizar o impacto ao meio ambiente, através de medidas de controle da poluição e esforços para contribuir com a prevenção ambiental, uso racional dos recursos naturais, remediação de passivos ambientais e desenvolvimento de produtos menos agressivos.
Novidades, bons negócios, troca de experiências e networking são as expectativas da ReciclaBR com a 17ª edição da principal feira de fundição da América Latina. Juliana Feliciano, coordenadora de comunicação e marketing da ReciclaBR, diz que o grupo é composto por mais cinco empresas (Garimpeiro Urbano, Aluzinco, Latasa Extrudados, Latasa Reciclagem, Auto Parts e Latasa Distribuidora) que geram sinergia e maximizam seus resultados. Na contramão do mercado, o grupo segue investindo, pois acredita na retomada do segmento. “Nosso diferencial é trabalhar com matéria prima reciclada em produtos para a indústria automotiva, por exemplo, fazendo com que a pegada de carbono seja menor, além de economizar energia elétrica”, enumera Juliana.
Tecnologia como diferencial – Referência no desenvolvimento e fornecimento de software para simulação do processo de fundição, a MAGMA, além dos serviços e dos módulos do MAGMASOFT®, irá apresentar a metodologia MAGMA APPROACH. Ela consiste em pensar antecipadamente sobre os resultados que cada usuário quer alcançar, através de análise completa, desde definir o objetivo, os passos para alcançar o resultado, verificação de variáveis que possam influenciar na condução do projeto, até a conclusão. “Os benefícios dessa metodologia são inúmeros, entre eles, enxergar todas as etapas do projeto com clareza, prevendo desvios, melhorando a tomada de decisão em casos necessários, maior assertividade, otimização de todo o processo, etc. Vamos também apresentar a otimização que oferece amplas capacidades para usar designs estatísticos e métodos de otimização automáticos integrados com a simulação”, diz Fabio Rola, diretor comercial da empresa.
Inovação e tradição do setor – Presente em mais de 52 países, a Foseco acredita que o mercado vive uma situação de transição onde inicia uma reação positiva de aumento de produção e consumo. E quer aproveitar o momento, como aponta Ernesto Rauter, diretor comercial da empresa, em apresentar e trazer novas tecnologias para os fundidores do mercado sul-americano colocando-os ao mesmo nível tecnológico dos outros países. Para essa edição, o foco está justamente em apresentar produtos que aumentem o rendimento metalúrgico, melhore o acabamento e qualidade final dos fundidos. Uma das novidades é o Hollotex EG Runner, novo conceito em montagens de canais de vazamento para fundidos em nodular e cinzento. Com peso cerca de 90% menor que a versão equivalente em cerâmica, o produto torna-se mais fácil de manusear, não necessitando de vergalhão para auxílio da montagem ou sustentação do sistema de canais.
