A Internet das coisas, cloud computing, big data, customer experience, mobilidade e impressão 3D são tecnologias que estão revolucionando a indústria. Quem perder a nova onda perderá competitividade. Isto é perceptível ao olhar o mercado mundial, no qual já se veem indústrias com máquinas de manufatura sofisticadas, integradas entre si, com diferentes sistemas de Tecnologia da Informação (TI) e infraestruturas de fábricas e escritórios em diferentes países.
Essa integração permite maior produtividade, agilidade e segurança cotidiana, além de significativa economia de tempo e de recursos em todas as etapas de seus processos. Tamanha eficácia operacional e estratégica possibilita o desenvolvimento, produção e entrega de produtos e serviços mais personalizados aos clientes, uma experiência de consumo mais satisfatória e interessante.
O processo de automação da Indústria 4.0, associado ao potencial de inovação da manufatura aditiva (impressão 3D) e das novas soluções de TI, já é realidade e está promovendo uma nova revolução industrial nos EUA, na Europa e Ásia. Mas só agora começa a se desenhar no Brasil, que precisa competir globalmente e recuperar-se do atraso. Algo que só se tornará viável com o crescimento do número de indústrias que reconhecem a importância das tecnologias digitais (4.0) para sua competitividade.
Segundo estudo recente da CNI (Confederação Nacional da Indústria), 58% das empresas nacionais sabem da relevância de adotar as tecnologias 4.0 para diferenciar-se de seus concorrentes, e 73% delas usam ao menos uma tecnologia digital para melhorar seus processos. Do total, 50% delas utilizam algumas destas tecnologias para reduzir custos e ganhar produtividade; 47% para desenvolvimento da cadeia produtiva, e só 33% em novos produtos e negócios.
Para se ter uma ideia, muitas empresas ainda desconhecem o potencial da impressão 3D para gerar protótipos mais fidedignos e baratos, que podem adiantar em meses a apresentação de produtos ao mercado, ou para manufaturar ferramentas finais, que tornam mais eficazes as linha de produção e manutenção das fábricas. Ou seja, não usam uma tecnologia disruptiva por puro desconhecimento.
A indústria 4.0 só avançará no Brasil com a melhor disseminação dos benefícios que as tecnologias proporcionam: maior produtividade, novos negócios, flexibilidade de criação, customização da produção e agilidade no lançamento de novos produtos. Outros benefícios são acelerar a identificação de desafios e oportunidades e reduzir gargalos dos métodos tradicionais de fabricação, tornando mais rápido e assertivo o processo decisório e a inovação, o que agiliza o retorno sobre o investimento.
Outro entrave à adoção massiva é o custo elevado das soluções, que pode ser contornado com implementações por etapas e parcerias sinérgicas com fornecedores. Destaca-se ainda a falta de capacitação de profissionais e limitação das linhas de financiamento disponíveis, que precisam ser resolvidos com maiores investimentos em educação, em todos os seus níveis, em especial educação técnica e profissional, e por medidas econômicas, que ajudem o empresariado brasileiro a atravessar e superar a crise econômica atual.
Atualmente, no Brasil, as indústrias que mais utilizam as tecnologias digitais e estão caminhando ao encontro do conceito 4.0, são as indústrias de TI, produtos eletrônicos e óticos, de máquinas, aparelhos e materiais elétricos, petroquímicas, máquinas e equipamentos, metalúrgicas e automotivas. Mas outros segmentos começam a ver na prática os efeitos das tecnologias digitais para ampliar a capacidade de criação, de incremento à produção e de ampliação dos negócios. A tendência é que os projetos de implementação cresçam, especialmente na área de impressão 3D, cujos resultados para as áreas de marketing, engenharia, design e produção são mensuráveis.
A questão é que, principalmente em momentos econômicos críticos como o atual, os gestores precisam estar focados em inovar e garantir competitividade. Informem-se mais sobre as tecnologias 4.0, façam as contas e então constatarão que elas valem cada real de investimento.