O desafio brasileiro de produzir peças leves de aço

Já se vai muito tempo que se vem descrevendo, discutindo, montando associações, etc. sobre o assunto relacionado às novas regulamentações do efeito de emissão de CO2 pelos automóveis. A fabricação de peças mais leves (lightweith construction) será o principal caminho para atingir o objetivo: “menos peso”.

Como as forjarias brasileiras enfrentarão essa mudança tecnológica? Será pelo velho procedimento de “tentativa e erro”? Será por cópia de tecnologia? Será necessário que seu corpo de engenharia venha aprender sobre a influência da velocidade de deformação na tensão de escoamento e sobre o significado de uma “curva de escoamento”?

Como chegar à fabricação de peças forjadas mais leves? O que fazer para que, com a mesma geometria, se consiga uma peça mais leve e, de preferência, de mais baixo custo, ecologicamente correta e de menor consumo de energia na fabricação (Fig.1)? Existem vários aspectos que devem ser considerados para se produzir peças mais leves, por exemplo:

• Matéria-prima;

• Projeto (forma e geometria);

• Processo de fabricação.

Em relação à matéria-prima iniciamos uma primeira estratégia com o objetivo de forjamento de ligas de ultra-alta resistência mecânica. Como exemplo, as ligas ao boro como a liga 7Mn B8. Com a ideia de se usar recursos governamentais do programa Embrapii, vários ramos industriais foram contatados: desde o fabricante de matéria-prima, sistemas de aquecimento, automatização, ferramentarias, equipamentos, instituições de pesquisas e forjarias (Fig.2). A ideia seria manter um ‘pool’ de empresas interessadas no desenvolvimento de forjados de alta resistência mecânica.

Em relação à geometria, foi impressionante o exemplo da empresa HEWI G. Winker GmbH na produção de componentes para a indústria de fixação [2]. Trata-se de uma patente para fabricação de uma porca (Fig.3) com geometria especial propiciando uma significante redução de massa, de até 20%, menor em relação às porcas convencionais. Além deste aspecto, ocorreu a eliminação de tratamento térmico e redução no custo de produção em 10%.

Sobre os processos de fabricação e estratégias como junção de peças, peças leves, etc. reportamo-nos à impressionante apresentação do Dr. Mauro de Souza (Diretor de Engenharia e Desenvolvimento da empresa Neumeyer Tekfor Tech Center Brazil) no Senafor de 2014 [3].

[our_team image=”” title=”Referências” subtitle=”” email=”” phone=”” facebook=”” twitter=”” linkedin=”” vcard=”” blockquote=”” style=”vertical” link=”” target=”” animate=””]Insert your content here[/our_team]

[1] Bartsch, K.: Megatrend Leichtbau – Unternehmen de Massivumformung sind Partner MIT dem notwendigen know – how. Schmiede – journal, março, 2014, pg. 22-25,
[2] Unseld, P; L. Kertesz e G. Messmer: Leichtbau durch Kaltumformung mechanischer Verbindungselemente. Schmiede – Journal, Março, 2014, pg. 50-53,
[3] Souza, Mauro M. de: Inovações de produtos por meio de inovações dos processos de conformação e combinação de materiais com vistas ao desenvolvimento de componentes automotivos leves. 18ª Conferência Internacional de Forjamento (34º SENAFOR). Palestra de Abertura. Porto Alegre, Outubro, 2014.