Uma empresa pode contatar a universidade visando o desenvolvimento de atividades em parceria ou simplesmente demandando um serviço. Para os professores com expertise em assuntos específicos de interesse da indústria, contratos dessa natureza compõem o que se entende por “atividades de extensão”. Embora possam variar de uma universidade para outra, as ações de extensão são caracterizadas como: Programa, Projeto, Curso, Evento ou Prestação de Serviços.
Antes de detalhar cada vertente das atividades de extensão, cabe explicitar a existência de princípios e diretrizes que as regem. “Indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão” é uma diretriz que reafirma a extensão como processo acadêmico, vinculado à formação das pessoas e à geração de conhecimentos, compreendendo o aluno como protagonista de sua formação. A “Interdisciplinaridade”, princípio há anos difundido no meio acadêmico, traz toda uma interação entre modelos, conceitos e metodologias e é muitas vezes inerente à própria proposta de trabalho. Os resultados precisam ser efetivos e causar “Impacto e transformação” e “Impacto sobre a formação discente”, cumprindo com deveres políticos e sociais, além de reafirmar os compromissos éticos e solidários da universidade. A quinta e última diretriz é definida como “Interação dialógica”. Esse tipo de interação refere-se ao desenvolvimento de relações entre a universidade e setores sociais. Em outras palavras, a comunicação eficiente é uma das chaves do crescimento em todos os sentidos, desde a aprendizagem até a execução de trabalhos com sucesso, passando pela conscientização e discussões variadas tais quais as contidas nesta revista.
O primeiro tipo de atividade de extensão é o “Programa”. Trata-se de uma relação especial entre empresa e universidade na qual são articulados pelo menos dois projetos e outras ações de extensão (cursos, eventos ou prestação de serviços). Em geral, esta modalidade de atividade de extensão deve explicitar, necessariamente, a metodologia de articulação das diversas ações vinculadas. Além disso, deve ser orientada para um determinado público, temática, linha de extensão ou recorte territorial. Pois bem. Faz-se necessário, então, explicar cada uma das quatro ramificações restantes dentro das atividades de extensão.
“Projetos” constituem ações de caráter educativo, social, cultural, científico ou tecnológico, com objetivo focalizado, integrando ensino e pesquisa. O Projeto pode ser vinculado ou não a um Programa, podendo também abranger, de forma vinculada, cursos, eventos e prestação de serviços. É possível estabelecer projetos por intermédio de contratos ou convênios. Um contrato se caracteriza por ser consensual (acordo de vontades), formal (escrito e com requisitos especiais), oneroso (remunerado da forma convencionada), cumulativo (estabelecendo compensações recíprocas) e “intuitu personae” (executado pelo próprio contratado). Já o convênio é um ajuste entre as partes envolvidas, sendo definido um interesse em comum. Normalmente, um convênio é estabelecido quando há esforços conjuntos na elaboração de um produto ou tecnologia passíveis de proteção intelectual e/ou patente. Um bom exemplo de projeto é o desenvolvimento de novas rotas de fabricação para um determinado produto. Basicamente, essa atividade envolve pesquisas e desenvolvimento de tecnologia. Alunos de graduação em programas de iniciação científica ou pesquisadores mestrandos ou doutorandos são preferencialmente engajados nos projetos.
Existe uma infinidade de situações em que empresas desejam melhor capacitar a sua mão de obra. Para esse fim, ações pedagógicas de caráter teórico e/ou prático, sejam presenciais ou a distância, podem ser contratadas na modalidade “Cursos”. Caso sejam mais apropriados, “Eventos” diversos podem ser adquiridos ou elaborados em conjunto, implicando em apresentações específicas ou exibições públicas.
Finalmente, a “Prestação de serviços” consiste na realização de estudos e resoluções de problemas dos meios profissional ou social. É comum chamar esta atividade de consultoria, contudo, é uma ação que possui o intuito de propiciar a transferência de conhecimento e de tecnologias à sociedade, podendo haver a participação orientada de discentes e técnicos. Atuações nas áreas de redução de custos e melhoria contínua são típicas deste segmento.
Empresas que já desenvolvem qualquer uma das atividades enumeradas em união com universidades expressam satisfação com os resultados e são, cada vez mais, estimuladas à realização de novos projetos. Os resultados vão, normalmente, além do esperado, gerando publicações acadêmicas (respeitando acordos de confidencialidade), publicações comerciais e maior confiabilidade por parte dos stakeholders. Para saber mais ou ter acesso às resoluções que definem os tipos de integração, não deixe de entrar em contato.