P&D: Inteligência Artificial

P&D: Inteligência Artificial – A Nova Corrida do Espacial

Caro leitor, gostaria de compartilhar contigo um tema que tem esquentado o primeiro mundo dentro de todos cenários, e ainda com muita força no setor automotivo, todavia, muito embrionário aqui em nosso país, por isto valeria a pena mostrar que temos uma enorme oportunidade de participar e contribuir com esta nova era e para tornar este tema de valor tecnológico para a coluna, convidei nosso amigo Regis Ataides (Diretor de Canais da Siemens DISW), que vive este assunto por aqui e também nos fóruns globais, para nos ajudar a entender a situação atual deste tema.

Não é novidade para os nossos leitores que estamos vivendo a era do conhecimento, da informação e dos dados. Existem diversos especialistas que mostram que neste século nós vamos experimentar 20.000 anos de progresso no ritmo e velocidade que a inovação está acontecendo. A aceleração do conhecimento já é em escala exponencial e com uma taxa nunca vista pela humanidade, isso ocorre em todos os setores da sociedade.

Grande parte desta explosão vem da conectividade. Estima-se que no ano de 2025 (isso mesmo, daqui menos de 5 anos) teremos cerca de 100 bilhões de dispositivos conectados, cada um com dezenas de sensores coletando dados em tempo real. São os dispositivos “smart”, como eletrodomésticos, itens de vestuário, relógios, smarphones, veículos, máquinas na linha de produção etc., todos gerando dados em tempo real. Com mais dados, naturalmente vem mais complexidade. Como lidar com esta enorme quantidade de dados e com a complexidade envolvida nesta informação?

Alguns dizem que a resposta é limitar ou tentar gerenciar essa complexidade. Particularmente, não creio que consigamos gerenciar essa complexidade e quem tentar limitar a sua geração, seguramente não estará mais no mercado em alguns anos. Não é possível limitá-la.

A inteligência artificial é, sem dúvidas, uma das respostas mais consistentes para esta pergunta. Estima-se que por volta de 2029 os computadores vão atingir o nível de inteligência dos seres humanos. E indo mais além, em 2042 vamos atingir a chamada Singularidade, ou seja, o evento ou sequência de eventos responsáveis pela intersecção entre a inteligência humana e da máquina. É essa união entre a inteligência humana e a inteligência artificial evoluída que permitirá que possamos lidar com a enorme quantidade de dados e informação, gerando conhecimento verdadeiro e útil para a sociedade.

Estima-se que no ano de 2025 (isso mesmo, daqui menos de 5 anos) teremos cerca de 100 bilhões de dispositivos conectados, cada um com dezenas de sensores coletando dados em tempo real.

Algumas das tecnologias necessárias para a evolução da inteligência artificial já são nossas conhecidas de hoje, tais como internet 5G, computação quântica, biologia sintética, entre outras.

Enfatiza Regis, “O segredo aqui é atingir um alto nível de maturidade da inteligência artificial e as grandes nações do mundo já perceberam isso. O que estamos vivenciando atualmente é a chamada nova “Corrida do Ouro” ou “Nova Corrida Espacial”.

Essa corrida já começou há alguns anos e os dois líderes atuais são Estados Unidos e China. Estima-se que atualmente existem aproximadamente 1,9 milhões de profissionais trabalhando com desenvolvimento de Inteligência Artificial no mundo. Aproximadamente 850.000 estão nos Estados Unidos e outros 100.000 na China. Somente a DARPA (Departamento de Defesa dos Estudos Unidos) anunciou recentemente investimentos da ordem de US$ 2 bilhões para desenvolver a próxima geração de inteligência artificial. Esta iniciativa é chamada de “AI Next.” Sem dúvida que este tema já é e será uma grande fonte de empregos e oportunidades no mundo, não somente para as grandes corporações, mas também para os profissionais, start-ups e pesquisadores.

E o Brasil? Como sempre estamos um pouco (ou bastante) atrás nesta corrida. Há apenas alguns anos atrás, o Ministério da Indústria, Comércio e Serviços brasileiro criou as diretrizes macro para a inserção do nosso país na chamada Indústria 4.0. Um portal foi criado pelo Ministério (http://www.industria40.gov.br/), pelo qual pode se perceber quais são os 5 temas apontados como os de maiores relevâncias. São eles: Manufatura Aditiva, Inteligência Artificial, Internet das Coisas, Biologia Sintética e Sistemas Ciber-físicos. Mesmo citando abertamente a Inteligência Artificial como sendo um dos temas importantes, percebe-se que o país ainda tem problemas mais complexos para atacar antes, como redução de custos de produção, aumento da produtividade etc.

De qualquer forma, percebemos somente algumas ações isoladas de start-ups e universidades brasileiras com foco em desenvolver inteligência artificial. Softwares de veículos autônomos estão sendo desenvolvidos por grandes Universidades, como USP, UFES, Unicamp etc. O fato é que ainda estamos muito tímidos no tema que definirá os novos líderes mundiais na tecnologia mais inovadora das próximas décadas, e por isso convido-os para esta nova era espacial. Muito obrigado e até próxima coluna de IH.

 

Autor: Marco A. Colosio