Alexander Ufer

Alex Ufer, como é mais comumente conhecido o sócio-proprietário da empresa fabricante de fornos industriais Metaltrend, nasceu na Alemanha em 1950. Quando a segunda guerra mundial começou, em 1939, o pai de Alex, então com 19 anos, foi convocado pelo exército alemão. Enviado para a frente russa, onde serviu por 5 anos, somente voltou para a Alemanha em 1944, quando casou, retornando para a frente de batalha em seguida. A guerra terminou em 1945, mas o pai de Alex ficou retido como prisioneiro de guerra até 1949, quando finalmente pôde voltar para casa.

Convencido de que a Europa não seria um continente para criar a família depois dessa sua experiência, ele começou a procurar outro lugar no mundo para se estabelecer. Os pais de sua esposa haviam morado em Buenos Aires, na Argentina, na década de 1930. Foi lá que ela passou sua infância, com o pai trabalhando na expansão do sistema de metrô da cidade. O pai de Alex, então, concluiu que era uma boa oportunidade morar na América do Sul, e, como a construtora havia se mudado para São Paulo, ele decidiu, em 1951, vir para o Brasil. Primeiro, ele sozinho e, em 1952, sua esposa e o filho, Alex.

O caminho natural para um jovem estudante de origem alemã em São Paulo era estudar no colégio Porto Seguro, e com Alex não foi diferente. Foi lá que ele conheceu sua futura esposa, Hanne, com quem se casou anos mais tarde, em 1973. Depois do cursinho, em 1970, ele iniciou o curso de engenharia metalúrgica na Poli – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Aproveitando que passava o dia no campus da USP, no Butantã, resolveu fazer administração à noite na FEA, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo. Formou-se na FEA em 1974 e, na Poli, um ano depois, com a esposa trabalhando e sustentando financeiramente o casal.

No terceiro ano de engenharia, em 1974, procurou estágio em uma empresa da área de metalurgia. Entre as amizades que seu pai tinha criado no Brasil havia uma pessoa, também de origem alemã, que trabalhava na sede do grupo que, na época, era proprietário da Brasimet. Por intermédio dele, Alex teve o primeiro contato com Karlheinz Pohlmann, então gerente do tratamento térmico da Brasimet, que o contratou imediatamente. Começou com um estágio de férias em janeiro e fevereiro nas dependências da divisão de tratamentos térmicos da empresa, mas acabou se estendendo e foi contratado depois de formado.

Relembrando a história: a Brasimet foi fundada em 1942 pelo grupo chileno Mauricio Hochschild, atuante no setor de mineração, como Importadora e Exportadora de Metais Brasimet S.A. A Mauricio Hochschild estava iniciando no mercado brasileiro de mineração e precisava de uma empresa para importar aço para ferramentas usadas em sua atividade. Em 1946, foi instalado seu tratamento térmico, que também fazia serviço para terceiros, com fornos importados dos EUA. Em 1951 são importados os primeiros fornos a banho de sal da Degussa, da Alemanha, e, em 1953, iniciou-se a fabricação de fornos industriais no Brasil, sob licença da Degussa.

Alex Ufer começou em 1975, como assistente de planejamento, na divisão de fornos industriais na Brasimet Comércio e Indústria S.A., razão social da empresa a partir de 1952. Em 1976 passou para o setor de engenharia da empresa como assistente da chefia. Um ano depois, passou a chefiar o setor de engenharia. Era época do milagre brasileiro, com forte expansão dos negócios atrelados ao alumínio e aço, atividades que requerem fornos para transformar a matéria-prima abundante em nosso país. Ele comenta que foi nesta época que a necessidade de novas tecnologias fez a Brasimet procurar outras licenciadoras. A própria Degussa auxiliou a encontrar outras empresas parceiras.

Assim surgiu o contato com a LOI da Alemanha, hoje um dos maiores grupos mundiais na área de fornos industriais e, naquela época, o maior manancial de tecnologia que aportou na Brasimet. Alex diz que a própria língua de contato, alemã, facilitava o entrosamento com a LOI, que era uma empresa muito parecida com o que a Brasimet estava se tornando na época. O próprio modelo de negócio, a estrutura organizacional, acabaram se tornando modelos de como a Brasimet estruturava a divisão de fornos. Em 1978, ele assumiu o cargo de chefe de administração de contratos nesta divisão.

Em 1980, nascia o primeiro filho, Thomas e, dois anos depois, nasceu Andreas. Na mesma época, Alex assumia a gerência técnica da divisão de equipamentos, responsável pelo projeto, construção e posta em marcha dos fornos e equipamentos auxiliares vendidos pela empresa. Era a época em que grandes projetos eram instalados no Brasil. Albrás, Alumar e Usiminas eram alguns dos grandes nomes da indústria que expandiam e necessitavam de equipamentos. Ele permaneceu durante oito anos neste cargo.

Novos desafios viriam em 1987. Alex Ufer é promovido a diretor de engenharia da divisão de equipamentos. Alguns anos depois, em 1992, ele passa a assumir integralmente a divisão, sendo responsável por vendas, fabricação, distribuição e posta em marcha dos fornos produzidos pela empresa. A este portfólio seria acrescida, em 1996, a área de química da Brasimet. Era esta divisão que fabricava, sob licença da Degussa-Durferrit Alemanha, os sais e insumos químicos de tratamento térmico da empresa. Estes produtos eram vendidos pela Brasimet, que também prestava assistência técnica aos seus clientes.

No decorrer destes anos a empresa havia mudado de proprietário. A Degussa AG – Alemanha havia se tornado sócia majoritária em um determinado momento, mas alguns anos depois se desfez em escala mundial de seus negócios na área de metalurgia, vendendo então sua participação na Brasimet para sócios brasileiros, entre os quais se encontrava Karlheinz Pohlmann. A empresa havia se tornado o maior tratador térmico para terceiros do Brasil e começou a despertar interesse de grupos globais da área. Em concordância com os sócios, tentou se vender a empresa. Primeiro em bloco, mas o fato é que não se conseguiu vender a empresa como um todo, uma vez que nenhum comprador se interessou pela diversidade da Brasimet. Ou o foco era Tratamento Térmico, ou era química ou equipamentos.

Em 2002, começaram as negociações com Alex Ufer sobre o destino da divisão de equipamentos. Essa negociação durou cerca de dois anos. Neste ínterim, a divisão química foi vendida para o grupo francês HEF. Em 2004, Alex chegou a um acordo com os sócios da Brasimet para assumir a divisão com Ricardo Guerra, seu sócio e ex-gerente da empresa. Alex diz que a motivação maior era seguir com essa atividade como um todo e não destruir aquele departamento, aquela divisão. Sentia responsabilidade sobre aquele grupo de pessoas, excelentes profissionais há muito tempo na empresa. Porque se aquilo fosse se desfazer, todos os funcionários da divisão corriam o risco de perder o emprego. Ele resolveu aceitar este desafio e ficar com esta divisão.

A nova empresa foi registrada em 4 de fevereiro de 2004 com o nome Metaltrend Equipamentos Industriais Ltda. Alex confessa que tinha preocupação pela maneira com que o mercado fosse aceitar uma empresa que substituiria a Brasimet, nome forte com longa e positiva atuação na área de fornos no Brasil. Diz que a transição de Brasimet para Metaltrend foi muito suave e que o mercado aceitou aquela transformação de uma maneira tão positiva que, na opinião dele, hoje, o que mais interessava era o grupo de profissionais competentes que estava lá dentro, e não o nome da empresa. E aquele grupo ficou junto operando da mesma forma, com as mesmas licenciadoras, a LOI acompanhando esse movimento, e era o nome forte por trás disso tudo tecnologicamente.

A empresa comprou uma área em Bragança Paulista, interior de São Paulo, onde foi construída a fábrica. Em São Paulo ficou o escritório central. O filho, Andreas, hoje está junto de Alex e Ricardo Guerra no comando da equipe e da empresa.

 

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