Menos cinza, mais verde!

O compromisso que o Brasil assumiu no Acordo de Paris é de reduzir em 37% as emissões de carbono até 2025, comparando com as emissões de 2005. Isso significa que temos o compromisso de produzir de uma forma muito mais sustentável.

Uma das melhores formas de se alinhar à produção sustentável é investir em eficiência energética (EE). Levando em consideração que os três pilares dos negócios verdes são o econômico, o ambiental e o social, a EE tem forte impacto nos dois primeiros. Pode não fazer sentido, em um primeiro momento, ligar processos térmicos 4.0 à sustentabilidade, mas tenho convicção de que uniremos estes pontos nos próximos parágrafos.

A eficiência térmica de um forno industrial compara o quanto de energia se necessita teoricamente para executá-lo com o quanto efetivamente se gasta, onde 100% de eficiência representa um processo ideal e 0% representa um processo absolutamente ineficiente. Resumindo, precisamos de dois números para calcular a eficiência:

Numerador: é o consumo de energia teórico do processo, calculado a partir do peso, do tipo de material e da temperatura.

Denominador: o quanto se gastou de gás e/ou energia elétrica (vide artigo anterior) no processo, ou seja, a energia real.

A digitalização dos processos térmicos, ou seja, a aplicação dos conceitos da Internet Industrial a este mercado, permite que o valor da eficiência seja calculado continuamente, em tempo real. Além disso, permite que o processista determine as bandas ótima e aceitável da eficiência deste processo, solicitando que notificações via SMS e e-mail sejam enviadas para uma lista de destinatários quando ocorrerem desvios.

Vamos usar o exemplo de um forno de fusão de alumínio, cuja eficiência típica é de 24%. Determina-se então que a banda ótima seja de até 22% e que a banda tolerável seja de até 20%. Portanto, durante sua operação normal, a eficiência varia em torno de 24%. Imaginemos que o fim do curso do cilindro pneumático que aciona a porta tenha se deslocado e, quando a porta foi fechada, formou-se uma fresta por onde se perde calor. Automaticamente, o sistema de controle reconhecerá esta perda de energia, aumentando a potência dos queimadores a fim de compensar essa perda térmica adicional. E quanto à eficiência? Matematicamente falando, o denominador começou a aumentar e, consequentemente, a eficiência começa a cair. É nessa hora que a tecnologia 4.0 mostra sua força, avisando aos interessados que a eficiência está fora da sua faixa ótima. Desta forma, uma intervenção simples pode ser feita, restabelecendo as condições ideais do processo. Quantos milhares de reais podem ser economizados com este simples aviso? E quantas toneladas de gases de efeito estufa deixam de ser emitidos? E ainda: quanto a produtividade aumenta com a redução drástica dos tempos de parada de máquina?

São benefícios e mais benefícios, percebidos pela unidade industrial (operadores, mantenedores, processistas, gestores e acionistas) e pelo meio ambiente (menor demanda por energia e menor demanda de matérias-primas).

Por um mundo menos cinza e mais verde, digitalize seu processo térmico!

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